Nasci em uma quinta feira alegre na maternidade Santa Cruz. Anos depois descobri que meu primo nasceu no mesmo quarto que eu, mas isto não vem ao caso.
Quando nasci ganhei uma mudinha de uma árvore para plantar no quintal . A árvore já foi embora faz tempo, mas o "guia" dela eu ainda tenho.
Quando fui pra casa, lá estavam 9 cachorros, alguns gatos e trinta e poucas galinhas com seus pintinhos e seus galos.
Aprendi a engatinhar em meio aos cachorros que também andavam com seus quatro apoios.
Diferente deles, mais tarde eu consegui me equilibrar em duas pernas.
Para a alegria deles, ou para o desespero, enquanto crescia, eu montava em seus "cangotes" e seguia rumo a minha terra encantada.
Eles eram os meus unicórnios coloridos com grandes topetes cheio de estrelas e rabos de diversas cores.
Como eu tinha medo das galinhas e seus bicos, que eu carinhosamente chamava de "belisquinhos", elas eram as terríveis pragas malígnas das quais eu precisava fugir.
O pior é que elas tinham um chefão: Bóris, o Boxer. Bóris era mesmo um cão da raça Boxer e era muito bravo, anti social com crianças, adultos, outros cachorros, cavalos... Mas se dava muito bem com as galinhas (?) Por isso, morava no galinheiro.
Continuei crescendo, perdendo meus unicórnios de acordo com a velhice de cada um. Outros poucos partiram cedo, por causa de envenenamento.
Enquanto continuei ficando mais velha, tive tartarugas, hamsters, mais cachorros, gatos, coelhos, mais cachorros, passarinhos, carneiros, mais cachorros, um pato sapeca, peixes e mais cachorros.
Enquanto cresci também vi a raça pequinês sumir do mundo, bem como os dobermans.
Abandonei meu posto de fazendeira mirim quando pisei nos meus 17 anos e fui trabalhar.
Sempre tive sim alguns animais depois desta data. Mas em quantidades mínimas.
Uma das mais notáveis pequenas criaturas foi a Xuxa, a vira latas mais humana que já conheci.
Sofria de asma, teve gravidez psicológica, assistia televisão e morreu de diabete.
Hoje tenho uma calopsita macho, Jude (pq eu gosto do Jude Law e meu irmão da canção dos Beatles) e duas meninas vira latas que já beiram seus 16 anos. Meu coração dói quando penso que elas já ultrapassaram a expectativa de vida canina.
Queria poder falar de cada amiguinho que colecionei estes 23 anos, mas cada um é uma história.
Quem sabe um dia eu conte algumas.
Desabafo de 2009.
Para ler ouvindo:
O teu melhor texto, e eu amo a Mel.
ResponderExcluirQue lindo o seu texto. Tive vários pequenos companheiros de aventura, dentre eles tinha o Pudo, que era uma mistura de puddle com basset (hehe era realmente um cão único), nascemos no mesmo dia e ele viveu até os 21 anos. Ele foi a prova viva de que gasto de energia tende a mortes precoces, até p latir ele ficava deitado acho que esse foi o motivo dele viver tanto hehe. Viva o sedentarismo! \o/
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